Intoxicação alimentar é um problema sério e comum que afeta milhões de pessoas no Brasil e no mundo. A ingestão de alimentos contaminados pode levar a sintomas desagradáveis como náuseas, vômitos, diarreia e até mesmo complicações mais graves. Por isso, é fundamental ficar atento à procedência dos alimentos que consumimos, especialmente quando se trata de refeições fora de casa.
Os surtos de intoxicação alimentar podem ocorrer em qualquer lugar, desde restaurantes renomados até pequenos estabelecimentos de comida de rua. Por isso, é importante tomar precauções e estar ciente dos potenciais riscos.
Contaminação bacteriana e contaminação cruzada
Uma das principais causas de intoxicação alimentar é a contaminação bacteriana. Bactérias como Salmonella, Escherichia coli (E. coli) e Campylobacter são frequentemente encontradas em alimentos mal cozidos ou crus, além de poderem se proliferar em alimentos deixados em temperatura ambiente por muito tempo. A falta de higiene durante o preparo dos alimentos e a armazenagem inadequada são fatores que contribuem para o crescimento dessas bactérias.
Além disso, a contaminação cruzada é um grande problema. Por exemplo, se uma faca é usada para cortar carne crua e depois é usada para cortar vegetais sem ser devidamente higienizada, as bactérias presentes na carne crua podem ser transferidas para os vegetais, aumentando o risco de intoxicação alimentar. Portanto, é essencial ter cuidado ao manipular alimentos crus e cozidos separadamente, utilizando utensílios limpos e evitando a contaminação cruzada.
Comendo na rua: os cuidados que precisamos ter
Quando se trata de comer na rua, é ainda mais importante estar atento. Estabelecimentos de comida de rua oferecem uma variedade de opções deliciosas, mas a falta de controle de qualidade e higiene adequados pode aumentar o risco de intoxicação.
Ao optar por comer fora de casa, é recomendável escolher locais com boa reputação, onde as práticas de higiene sejam rigorosamente seguidas. Verificar a aparência e limpeza do local, observar se os alimentos são armazenados adequadamente e se os funcionários manipulam os alimentos com luvas são medidas importantes. Além disso, evite comer alimentos crus, como saladas, em lugares que não sejam de confiança, pois estes podem ser mais propensos a contaminação.
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Para reduzir o risco de intoxicação alimentar, é fundamental que os consumidores também adotem medidas de precaução. Lavar bem as mãos antes de manusear alimentos e depois de usar o banheiro; cozinhar adequadamente os alimentos (especialmente carnes e ovos); e refrigerar os alimentos perecíveis corretamente são práticas essenciais.
Estatísticas da intoxicação alimentar: números que assustam
Um estudo publicado em 2019 no periódico científico The Lancet e intitulado “Global, regional, and national burden of foodborne disease in 2010: a systematic analysis” fez uma análise abrangente sobre a carga global de doenças transmitidas por alimentos em 2010, há mais de dez anos.
O estudo, conduzido por pesquisadores da OMS em colaboração com outras instituições de renome, estimou que em 2010 houve aproximadamente 600 milhões de casos de doenças transmitidas por alimentos, resultando em 420 mil mortes em todo o mundo. Essas estimativas abrangem uma ampla gama de doenças, incluindo intoxicação alimentar causada por bactérias, vírus, parasitas e substâncias químicas.
Agir rápido e ter consciência
Órgãos reguladores de saúde monitoram constantemente a segurança alimentar e estabelecem diretrizes e regulamentações para garantir a qualidade dos alimentos. No entanto, a responsabilidade individual também desempenha um papel crucial na prevenção da intoxicação alimentar.
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É importante ressaltar que a intoxicação alimentar pode afetar a todos, independentemente da idade ou condição física. No entanto, crianças, idosos, mulheres grávidas e pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos são mais suscetíveis a complicações graves decorrentes da intoxicação alimentar. Portanto, esses grupos devem estar especialmente vigilantes ao escolher e manipular alimentos.
O que fazer em caso de intoxicação alimentar?
Em caso de suspeita de intoxicação alimentar, é essencial procurar atendimento médico imediatamente. Os sintomas podem variar de leves a graves, e uma avaliação adequada pelo profissional de saúde é fundamental para um tratamento adequado. Além disso, relatar a suspeita de intoxicação alimentar às autoridades competentes ajuda a identificar e controlar surtos, prevenindo que outros consumidores sejam afetados.
No geral, a intoxicação alimentar é um problema que requer atenção e cuidado constantes. Ao estar consciente da procedência dos alimentos que consumimos, adotar boas práticas de higiene e escolher estabelecimentos confiáveis, podemos reduzir significativamente o risco de intoxicação alimentar. Lembre-se que a saúde também está em suas mãos.